segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Crise desembarca no Brasil


O mundo mergulha na incerteza com o aprofundamento da maior catástrofe financeira das últimas décadas.
É impossível antecipar o rumo dos acontecimentos, quanto tempo a crise vai durar ou a dimensão dos reflexos que ela terá sobre a economia brasileira. Mas é possível falar do presente — e ele mostra que o país e suas empresas não estão imunes ao que acontece no resto do mundo.
A redução drástica do crédito — um dos reflexos da turbulência internacional — já começa a ser sentida no Brasil.
Turbulência encarece a captação de recursos; dívidas de companhias preocupam o mercado e influenciam ações.
A situação levou as companhias a diferentes estratégias:
- Localiza adiou o plano de emitir debêntures (títulos de dívida de médio e longo prazo emitidos por sociedades anônimas, que conferem ao detentor do título um direito de crédito contra a mesma).
- Visanet suspendeu, por ora, seu IPO (primeira oferta de ações de uma empresa, isto é, quando ela abre seu capital e passa a vender ações na Bolsa de Valores).
- Lojas Renner optou por parcelar o pagamento da aquisição da carioca Leader, em vez de levantar dinheiro no mercado.
- Vivo captou R$ 550 milhões com notas promissórias, ao custo de 110,2% do CDI (Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário).
- Embraer informou que os clientes estão com dificuldades para obter crédito.
Com pouco dinheiro na praça, o mercado castiga quem tem uma situação desfavorável de caixa. - ALL Logística apanhou na bolsa com os rumores do gênero, o que mostra o grau de desconfiança atual dos investidores.
Se o Brasil sair do meio desse vendaval financeiro com redução de 1 ponto percentual na evolução do PIB de 2008 para 2009, o país pode se considerar no lucro. Ainda mais num horizonte em que é provável uma retomada de crescimento a partir de 2010. Isso não significa, porém, que a travessia por esse período será totalmente tranqüila. A cada dia que passa, ficam mais claros os obstáculos que a economia enfrentará nos próximos anos. Uma das questões preocupantes é o volume de dívidas da população.
Veja a entrevista (em vídeo) do Superintendente do Banco Fator, Ailton Domingues, falando sobre o assunto aqui.
Para a reportagem completa, veja a Exame, edição 0928 de 02/10/2008.
Este assunto interessa a todos, de qualquer segmento. Mantenha-se informado!

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