sábado, 29 de janeiro de 2011

O Novo Mundo do Luxo

Esse meu artigo foi publicado no site Gestão do Luxo da FAAP. Leia AQUI.
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O estudo “The New World of Luxury” (O Novo Mundo do Luxo) foi lançado pelo Boston Consulting Group (BCG) em dezembro de 2010, esclarecendo os novos desafios das marcas de luxo.
A indústria se recuperou da crise econômica de 2009 mais rápido do que a maioria imaginava. Mesmo com cautela nas metas de crescimento, as maiores marcas do segmento já confirmaram lucros acima do esperado, contradizendo todos os sinais de fraqueza do setor, como falta de confiança dos consumidores e as dúvidas sobre o poder de recuperação.
Mas a crise foi mais do que somente uma baixa na demanda. Foi uma mudança profunda no comportamento do consumidor e no ambiente competitivo, o que ameaça acabar com a mística do mercado de luxo.
Nesse novo ambiente, os consumidores precisam de melhores razões para comprar. Eles não estão mais dispostos a pagar preços altos simplesmente por uma marca ser emblemática ou super exclusiva.
O maior desafio para a indústria de bens de luxo, segundo o BCG, é se adaptar à mudança conceitual do que significa luxo para as pessoas de modo mais personalizado.
O verdadeiro luxo significa coisas diferentes para pessoas diferentes, mas para a maioria dos consumidores o termo é sinônimo de raridade, qualidade e requinte.
Para responder a essa nova expectativa, as marcas de luxo precisam resolver conflitos prioritários como:
  •  Mercados-alvo – investir em mercados emergentes sem esquecer de proteger uma sólida fundação nos epicentros de luxo;
  • Segmentos de consumidores – atender clientes tradicionais enquanto atinge pessoas que aspiram se tornar consumidores de luxo; 
  • Portifólio de produtos – diversificar e inovar sem perder o foco dos valores básicos do luxo;
  • Gestão de Canais – alavancar oportunidades associadas a multicanais de distribuição e novas mídias.

Encarando esses pontos de frente, as empresas conseguirão superar mais essa tendência. Para entender melhor esse processo, somente na metade dessa década é que o comportamento do consumidor começou a mudar. Com maior acesso à informação, os consumidores adquiriram mais conhecimento e formaram mais critérios nas escolhas de compras. 
Depois da crise de 2009, os consumidores se preocupam mais com o verdadeiro valor do que com o status dos produtos. E isso aconteceu por duas razões: maior importância ao valor do dinheiro e maior relutância em gastar muito enquanto tantas pessoas passam por situações difíceis.
Ou seja, a crise reduziu o consumo imprudente e conspícuo, dando lugar a consumidores mais discretos e com maior conhecimento. Os clientes de luxo criaram uma espécie mais introvertida de consumo, que envolve a família, amigos e viver bem. Na nova era do luxo, os consumidores estão olhando mais para o “ser”' do que para o “ter”.  


Números do Luxo
Estamos falando de um mercado de € 1 trilhão (quase R$ 2,3 trilhões).
As categorias tradicionais de luxo representam a menor parte (€ 230 bilhões), divididas em:
Relógios e jóias - € 100 bilhões
Moda e vestuário - € 50 bilhões
Artefatos e acessórios de couro - € 50 bilhões
Cosméticos e perfumes - € 30 bilhões
E as novas categorias, alavancadas pelos mercados emergentes:
Turismo e hotéis - € 270 bilhões
Tecnologia - € 100 bilhões
Bebidas alcoólicas e alimentação - € 50 bilhões
Móveis e decoração - € 40 bilhões
Spas, clubes e outras - € 20 bilhões
Além da categoria de automóveis, que não foi incluída no estudo mas, com base em uma estimativa do BCG, seria de € 250 bilhões.
Novas Mídias 
As marcas de luxo não tem outra opção a não ser reinventar a maneira como se comunicam com seus consumidores. O diálogo virou a base da retórica.


Exemplo disso são os blogueiros que sentam nas primeiras filas dos maiores desfiles de moda do mundo mandando seus comentários para fans ao redor do globo. Ou os editores de moda e celebridades que enviam “tweets” em “real-time” para o cobiçado círculo da elite fashion.
De páginas no Facebook a vestiários virtuais, os ícones do mercado do luxo estão investindo no “online” para quebrar os tradicionais ciclos de vendas e atingir consumidores potenciais antes mesmo dos produtos estarem disponíveis.

 
Mercados Emergentes
Não há dúvidas sobre o potencial dos mercados emergentes, principalmente China e Rússia. A China, se continuar no seu ritmo de crescimento, propiciando o apetite e os meios para a indulgência, será o maior mercado de luxo nos próximos cinco ou sete anos.
Mas esse foco deve ser feito com muito cuidado pelas marcas de luxo. O BCG identifica os dois maiores efeitos corrosivos para seu posicionamento ao investir em mercados emergentes: 

  •  Perda da identidade da marca nos centros tradicionais de demanda. Alguns dos ícones do luxo tem presença (top of mind) fraca na Alemanha, Reino Unido e, principalmente, nos Estados Unidos. Em recente pesquisa da Ipsos, consumidores citam Louis Vuitton, Dior, Chanel e Hermès na França e no Japão, enquanto as montadoras de carros são as mais lembradas nos EUA.
  •  Na ansiedade de se estabelecer no novo mercado, muitas marcas enfraquecem os traços essenciais do luxo, como exclusividade, refinamento e serviço. No estudo, o BCG sugere que elas até negligenciem alguns gostos e comportamentos do consumidor local ao invés de adaptar tanto suas ofertas e estilo de comercialização. Além de manter sua marca forte, não correriam o risco de perderem a visibilidade para segmentos importantes de consumidores como os vanguardistas ou os formadores de opinião desse mercado.

O Consumidor
Em geral, o que fica claro no estudo é que a maioria dos consumidores atuais não consome somente pelo consumo em si. Saber quem compra o quê e porquê nunca foi tão importante quanto agora. CRM (Customer Relationship Management) se tornou essencial na retenção de clientes, assim como eventos especiais, serviços pós venda, sistemas para personalizar recomendações de produtos e serviços, entre outros.
O BCG e a Concept M, empresa de pesquisa de mercado européia, trabalharam em conjunto em um estudo interessante sobre o comportamento de compra dos consumidores dos mercados emergentes e chegaram a algumas conclusões: 
  • Menor impacto durante uma crise
  • Foco continua no status  
  • Consumidores “aspiracionais” ao mercado de luxo consomem 60% do seu orçamento (para produtos de luxo) em cosméticos e perfumes. Em outras categorias de consumidores, esse percentual fica entre 10% e 30%.
  • Já os consumidores tradicionais, indiferentes ao status, gastam 35% do seu orçamento (para produtos de luxo) em relógios e jóias e 35% em móveis e decoração.
  • Moda e vestuário contabiliza 30% dos gastos da classe média emergente.
E as conclusões macro são: 
  • Não subestime o mercado de consumidores entre 65 e 80 anos. Foram eles que inflaram o mercado nos anos 1990 e sua procura atual por experiências e importância ao “valor” é totalmente previsível em função da sua boa forma física e maior longevidade;
  • As mulheres são responsáveis por 80% das compras de produtos e serviços de luxo.
Mas a mais importante das conclusões é que, mesmo com a volta da demanda (independente de quando isso aconteça), as mudanças no mercado de luxo continuarão.
Por fim, o BCG indica estratégias vitais para uma empresa manter seu posicionamento no segmento de luxo: 
  • Prover “valor”
  • Oferecer experiência
  • Usar novos meios de comunicação de maneira criativa
  • Construir marcas fortes (com consistência)
  • Aplicar estratégias inovadoras de varejo
  • Adotar a responsabilidade social
Bem, realmente o luxo perdeu grande parte da sua “mística” e, uma boa visão estratégica se tornou mais vital do que nunca para a sobrevivência nesse “novo mundo do luxo”.
Mais informações, veja o relatório oficial do Boston Consulting Group
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Se você gostou desse artigo, talvez goste desses também:
10 previsões do mercado de luxo para a próxima década
O Turismo de Luxo no Brasil
A Hospitalidade e o Luxo em 2010
O Processo de Compra no Luxo
Definição de Luxo

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Restaurantes com as melhores vistas

Além de uma excelente comida, o ambiente de um restaurante é essencial. Uma decoração de bom gosto e um serviço atencioso podem deixar os pratos até mais saborosos. Agora imagine tudo isso e ainda uma vista estonteante.
Aqui estão os 4 escolhidos da Continental Airlines em sua revista de bordo.

Restaurante Pearl on the Peak - Peak Tower - Hong Kong
Vista de 270 graus do Victoria Harbour pelas paredes de vidro ou no terraço ao ar livre.



Prédio de 400 anos e renovado com a construção do 6º andar em 1936, de onde é possível ver a Catedral de Notre Dame e o Rio Sena. 



Canoe - Toronto
Localizado no 54º andar da TD Bank Tower, esse requintado restaurante oferece uma vista incrível do Toronto Harbour.



Alizé - Las Vegas
Esse restaurante se localiza no toop do The Palms Casino Resort e tem 7.500 garrafas de vinhos em sua adega para seus privilegiados clientes.



Se você tem uma dica de um restaurante com uma vista incrível, deixe sua dica e eu incluirei no post.
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Como prometido, seguem sugestões da Fernanda:

Terraço Itália em São Paulo



Restaurante Skye do Hotel Unique de São Paulo



E por sugestão do Gui, o Restaurante Château Eza, da Riviera Francesa (França)



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A Starbucks extrapolou!!!

O National Post colocou um time de pesquisadores de bebidas para analisar o tamanho do "Trenta" (com 916 ml), o novo "copinho" da Starbucks.
O resultado da investigação?
Dados indicando o seu estômago (com capacidade média de 900 ml) pode explodir mais rápido do que você imagina!
(É brincadeira, viu!!)


Mesmo com esses exageros (mal consigo tomar toda água no Tall), adoro a Starbucks!



Gosto da sua contemporaneidade, de várias bebidas (Menos os cafés.Não, eu não tomo café.Sorry!), dos cookies caríssimos, das poltronas, do wifi, enfim.

Mas o que mais gosto mesmo é de saber que estou vivendo uma experiência dentro de uma marca tão inovadora e que deixou sua impressão digital para sempre no marketing estratégico.

Gostou?! Quer conhecer mais sobre a Starbucks? Clique AQUI e leia "A Experiência Starbucks".

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Marketing deveria ser mais Educativo e Descentralizado

Na última HSM ExpoManagement assisti um bate papo muito interessante com Mário Castelar.

Em um tipo de "sala de estar" com umas 30 pessoas, várias perguntas e um ambiente super descontraído, essa "personalidade" do marketing brasileiro debateu (com sua língua afiada) sobre várias questões. Seguem algumas das minhas anotações (sim, eu anoto tudo e escrevo rápido...rsrs) dos seus "insights". Você pode até não concordar com ele, mas as frases abaixo farão você pensar:


* O marketing pode ter uma função educativa para levar o consumidor pelo caminho do consumo consciente, sustentabilidade, etc.
* Temos a oportunidade de desenvolver a capacidade das pessoas de saber "como" comprar.
* Porque não temos modelos "brasileiros" de marketing. Nossos modelos mentais são americanos, que estão mais à frente no desenvolvimento social. Não podemos mais usar essas referências. Agora temos mercao aqui. É a hora de mudar isso!
* Somos 95 milhões de trabalhadores, o dobro do mercado da França. Antes éramos um "caldo de pobres com milionários boiando". Agora mudou.
* Ainda temos o complexo de "vira-latas". O que vem de fora ainda é melhor. Já melhoramos, mas as empresas e marcas precisam entender isso.
* A economia já está se descentralizando (capitais desenvolveram menos que as cidades chamadas "do interior"). Agora precisamos descentralizar a comunicação.
* Distorção de marketing. Ainda muitos falam: "Isso é verdade ou é só marketing?"
* Se realmente o consumidor fosse a coisa mais importante para as empresas, não precisaria de PROCON.

* Trabalho infantil é crime no Brasil, menos na favela.
* Marketeiros vendem a alma por uma boa frase!
* Drucker - "Marketing é a FUNÇÃO da empresa.
* Entre 150 países, Brasil está em 96º em Educação. Exemplo disso são os inúmeros cursos gratuitos que existem e ninguém faz. (Meu adendo: para você que quer começar 2011 diferente, segue vários cursos gratuitos da FGV AQUI. Aproveite!)
* A febre do consumo substitui uma febre legítima de se educar. Pergunte a um adolescente: "Você quer um celular novo ou um curso?"
* E as empresas não colaboram com essa parte pois é somente: "compre, compre, compre..."
* É possível competir pelo diferenciação e não mais por comparação. Você não precisa ser "o melhor".

* Se as pessoas recebem um massacre de comunicação e não tem educação (o que remete à busca de informação), elas vão comprar sem culpa. 
* Modelo educacional precisa ser revisto. Hoje formamos engenheiros que não são o que o mercado precisa.
* Detalhe: isso é projeto de longo prazo. A reforma demora uma geração (20 anos). Solução: empresas deve incluir no  seu marketing o lado educativo. Mudar o modelo.
* A salvação NÃO está no consumo (como o Lula falou), mas na ética (consumo consciente). É possível ser feliz sem esse consumo exacerbado.
* Debate na França sobre o Foie Gras (uma das maiores iguarias francesas - fígado de ganso - e questão controversa naquele país em função da maneira como os gansos são submetidos a uma super alimentação forçada para criarem gordura no fígado). Os criadores  acham que Deus fez o ganso para serem fornecedores de foie gras. O que isso tem a ver com marketing? Simples: Assim como os criadores de gansos franceses, os marketeiros acham que Deus fez as pessoas para consumir e as empresas para anunciar. Aliás, achamos que eles são anunciantes, e não bancos, indústrias, etc.
*  Mas PESSOAS SÃO PESSOAS - pensando assim, eles são mais parecidos conosco e aí conseguimos nos conectar com elas e temos o estranho desejo de que elas sejam felizes e não comprem.
* O consumo hoje é de conforto e não mais de necessidades básicas.
* Marketing precisa adotar uma conduta educativa. Por exemplo, foi o marketing que nos ensinou a sermos "comportados" no trânsito e como escovar escovar os dentes de forma correta.
* Vamos aceitar o fato que não somos igualitários. Exemplo: "Sou a favor de não passar o sinal vermelho, menos quando estou com pressa."
* Temos resquícios do império. Na Argentina e nos US, a residência do presidente é uma "casa". Aqui é "palácio"! Brasília é uma côrte!
* Vivemos em um país com cargos que não tem "job description".
* Precisávamos conversar mais, refletir mais. A muito tempo somos mais fascinados e preferimos o "fim dos tempos" do que o "fim do semestre".
* Precisamos abrir mão de certos rótulos. Olhar para as PESSOAS! Não somos iguais, mas "valemos" a mesma coisa!
* O rádio não morreu, só os marketeiros é que deixaram de produzir para ele. Usam o mesmo modelo que usam para a televisão.
* Precisamos de programas que atendam esse mercado emergente, que fidelizem pela "gratidão". 
* É preciso descentralizar programas de comunicação e marketing, adequar a língua à novas mídias.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O que esperar do Marketing Hoteleiro para 2011

Esse meu artigo foi publicado também no Hôtelier News. Leia AQUI.
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Depois de uma crise financeira mundial no final de 2008 e todo o ano de 2009 (onde o crescimento mundial ficou em -0.8% e o Brasil -0,2%), a retomada do crescimento em 2010 foi notável. A inflação controlada, o controle da taxa de juros e outros fatores estão favorecendo o crescimento do PIB e a retomada de índices anteriores à crise.

O ano passado foi recheado de hotéis se vangloriando dos seus resultados, mesmo que muitos tenham somente acompanhado o “boom” do mercado. Mas estão desculpados, afinal, todos precisavam “lavar a alma”!

O fato indiscutível é que esse cenário mudou profundamente o panorama econômico e o comportamento do consumidor em âmbito mundial.

O mercado pós recessão deixou consumidores mais inteligentes e conscientes do “valor” dos seus gastos, capazes de encontrar novos mercados e adotando novas formas de comunicação.

Fonte: www.hotel-tld.de

De acordo com especialistas, isso acarretará numa grande divisão no mundo hoteleiro. De um lado, os hotéis que conseguirão se comunicar com esses “novos consumidores” através da utilização da internet e do marketing digital para aumentar sua receita e fortalecer sua marca. Do outro, aqueles que investirão pelas razões erradas, por falta de compreensão ou falta de compromisso. E digo isso porque é certo que todos irão investir mais em mídias sociais, mas muitos ainda “desperdiçarão” seu dinheiro por confiarem somente no seu “feeling” ou simplesmente porque o concorrente está “fazendo”.

2011 será o ano que os hoteleiros terão que ser mais criativos e espertos se quiserem conquistar clientes. Exemplo disso é a mídia social que, de acordo com experts de mercado, não será mais preciso a palavra “social”, pois toda mídia deve ser social nos dias de hoje.

Também será o ano em que o atendimento ao hóspede deverá elevar-se a um outro nível.

E já não basta um plano de ação claro e estratégia bem definida, alinhada ao seu posicionamento de mercado para garantir um bom ROI (Return on Investment). Agora é preciso focar no ROE (Return on Engagement) , que mede “como” (e quantas) pessoas estão “curtindo”, comentando e/ou dividindo o conteúdo gerado pelo seu hotel.

Veja abaixo alguns itens que devem constar nas suas ações de 2011:

1) Integração: Mídias sociais devem integrar cada vez mais ações de marketing, relações públicas, vendas, atendimento ao cliente, RH e TI. O “CRM Social” terá um papel funcional indispensável. É importante entender (rapidamente) que o resultado das mídias sociais não é somente sobre a comercialização, mas o engajamento de clientes e a criação de relacionamento significativos.

Se você ainda tem alguma dúvida sobre a importância das redes sociais, saiba que os sites corporativos e de produtos já estão se tornando cada vez mais irrelevantes e muitas empresas irão concentrar suas estratégias on-line em redes sociais mais populares – como Twitter e Facebook. Não estou dizendo que as empresas abandonarão rapidamente seus sites sites corporativos, mas os tornarão mais conectados às redes sociais em 2011.

2) Sites de Comentários: Empresas integrarão o Facebook, TripAdvisor e outros sites dedicados a comentários dos clientes em seu processo decisório. Polêmicos ou não, esses sites aumentarão seu poder e a pré compra começará a receber (finalmente) a atenção que sempre mereceu.

Aliás, aqui vale um aviso: Engana-se quem acha que redes sociais são um “playground” para adolescentes. A média de idade dos usuários do Facebook é de 38 anos e somente 11% tem entre 13 e 17 anos. No Twitter, a eles ainda são menos freqüentes, somando apenas 4% do total dos “tuiteiros”.

3) Mídia Tradicional x Digital: A mídia tradicional continuará a ser o principal canal de comunicação para hotéis, enquanto as redes sociais e outros canais digitais penetrarão rapidamente em seus territórios. A mídia tradicional vai transmitir a história completa da marca a uma vasta gama de clientes, enquanto a mídia social irá emergir como o canal mais adequado para chegar a públicos altamente segmentados e mantê-los engajados.

4) Intermediários: Será cada vez mais difícil ignorar sites de compras coletivas (como Groupon e Peixe Urbano) e OTAs (como Expedia e Travelocity) em função do seu volume de negócios. Entretanto, hotéis de luxo deverão cuidar cada vez mais da sua estratégia com relação a descontos versus imagem de sua marca.

Particularmente, mantenho minha posição (de sempre) que os hotéis deveriam se preocupar mais em investir em seu próprio canal direto online e fazer cálculos.

5) Vídeos: Eles permearão a internet e engajarão o consumidor. Hotéis e consumidores dependerão cada vez mais de vídeos para fornecer informações e dicas comportamentais que não estão presentes em textos, tweets e atualizações de status.

6) Monitoramento: Hotéis desenvolverão novas habilidades para escutar, compreender e aproveitar os sinais de compra, os termos de busca, compras anteriores, etc. Importante mostrar aos seus clientes que você está ouvindo e respondendo.

7) Fidelização: Hoteleiros terão que entender que, muitas vezes, o hóspede procura mais por uma experiência significativa do que um desconto insignificante. Programas de fidelidade deverão focar no estilo de vida de seus clientes e descobrir o que é importante para o seu (potencial) convidado.

Fidelidade não é um programa, mas uma meta estratégica de negócio, e ela incidirá ainda mais sobre as emoções ao invés do racional.

8) Tecnologia: De acordo com o ITB World Travel Trends Report 2010/2011, que será apresentado entre os dias 9 e 11 de março na feira ITB em Berlin, os avanços tecnológicos devem produzir mudanças profundas na hotelaria nos próximos 10 anos. O relatório prevê quartos do hotel automatizados e inteligentes, que poderão ser decorados de forma a satisfazer os gostos dos convidados especiais. Além disso, a tecnologia continuará a mudar o processo de reservas, afinal, já estamos sentindo esse impacto na distribuição. E isso é só o começo!

9) Consciência Ambiental: Aspectos ecológicos vão desempenhar um papel cada vez mais importante na satisfação das necessidades dos hóspedes. A gestão ambiental deverá se tornar o aspecto mais importante na concepção e operação dos prédios hoteleiros. Além disso, será preciso comunicar tudo isso de maneira eficaz ao mercado, agregando valor a sua marca.
Fonte: www.leef.com.br

Se analisarmos a hotelaria brasileira com base nos 9 itens acima, fica claro que é preciso aprender, profissionalizar e educar o segmento. Precisamos:

• Entrar “de cabeça” no mundo digital - Investir em cursos fora da hotelaria, contratar especialistas e um bechmarking eficiente podem ajudar.

Educar o mercado - Conhecendo melhor seus clientes, será possível criar projetos interessantes para maior fidelização e implementação das suas estratégias de preço, por exemplo.

Profissionalizar o segmento de uma vez por todas – Além da maior valorização e educação dos hoteleiros, é preciso profissionalizar a gestão hoteleira. Posso dar alguns exemplos rápidos: precisamos de contratos mais formais, estratégias de preço coerentes, vendedores capacitados para lidar com grandes (e difíceis) negociações, entre outros.

Se quiser começar agora, segue uma dica simples. Já que estamos falando de marketing digital, começe dizendo “não”! Seu recepcionista ou a assistente de marketing NÃO pode ser a pessoa responsável pela imagem do seu hotel no mercado. Já é um começo...

• “Tomar as rédeas” do nosso negócio - A palavra de ordem é “parceria” e não “dependência” de intermediários.
Quer saber o caminho? Vou dar uma dica: As OTAs investiram 90% do seu budget de marketing no online em 2010 e pretendem aumentar para 95% em 2011. Sabe quanto a hotelaria investiu? 30%, e pretende aumentar para 38% em 2011. E esses são dados internacionais. Se pensarmos no Brasil, esse share deve estar lá embaixo. Usando o linguajar do Twitter: #ficaadica

• Atrair mais investidores - Cuidado com o otimismo exagerado! Nosso país está crescendo, mas ainda não é o primeiro da lista dos investidores internacionais. É só ver a quantidade de hotéis que as gigantes hoteleiras abrem na China em comparação ao Brasil. Também não somos ainda destino do turismo de luxo internacional. Não temos Ritz Carlton, Jumeirah, Mandarin Oriental, Four Seasons, Park Hyatt, The Luxury Collection, etc.
O Brasil está em evidência, mas não podemos ficar parados esperando a Copa e os Jogos Olímpicos. Lembre-se que eles serão temporários. Precisamos não só nos preparar (muito), mas também manter a boa fase depois. Ou seja, teremos que “suar a camisa”.

Tornar o segmento atrativo para bons profissionais - Todos sabem que a indústria hoteleira perde excelentes profissionais anualmente em função dos baixos salários e informalidade empresarial. Isso precisa mudar ONTEM!

Bem, está claro que 2011 será um ano de muito trabalho e muito aprendizado! Oportunidades não faltam! Otimismo com os “pés no chão” é o caminho para o sucesso! Que tal começar agora? Mãos à obra!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Relações Públicas priorizam mídias sociais em 2011

Esse meu artigo foi publicado no site Cidade Marketing. Leia AQUI. Muito bom falar sobre minha área de formação e que tive a oportunidade de atuar. Muito sucesso a todos os Relações Públicas!!!
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Profissionais de Relações Públicas e Marketing já entenderam que a responsabilidade da gestão das mídias sociais da sua empresa é sua (direta ou indiretamente, através de uma Assessoria de Imprensa). Aliás, 23% dos profissionais de Marketing já admitem que os RRPPs estão liderando os esforços para aprimoramento das “conversas reais” online.

Afinal, os grandes objetivos aqui são:
• Fortalecer o reconhecimento da marca;
• Conquista da confiança do cliente (Não é à toa que o Twitter e blogs foram as sensações das últimas eleições) ;
• Tornar a marca autêntica;
• Desenvolver lealdade à marca sem investir tempo e recursos muito significativos;
• Transformar clientes em fãs.

E para acompanhar essa evolução na comunicação, os RRPPs também estão evoluindo.

De acordo com relato da Vocus 2011 Planning Survey (realizada em dezembro de 2010), 67% dos profissionais de Relações Públicas dizem que suas empresas estão integrando cada vez mais com sua estratégia. 69% diz que elas serão prioridade no seu trabalho daqui para frente.

No total, 80% dos profissionais de Relações Públicas admitem que mídias sociais serão muito importantes.

Veja o amadurecimento das mídias sociais no ambiente corporativo:

25% Contribuem agregando valor criando conteúdo;
23% Compartilham histórias relacionadas com a marca;
19% Participam de conversas;
17% Ouvem conversas sobre seu mercado e sua marca;
8% Não participam;
7% Respondem apenas quando necessário;

A confiança nas mídias sociais começa a se espalhar pelas grandes empresas. As organizações com faturamento anual de US$ 750 milhões a US$ 1 bilhão são os mais confiantes. 50% delas dizem criar valor através da criação de conteúdo.

Já 29% das empresas de pequeno porte (com faturamento entre 1 e 5 milhões de dólares) ainda se mantêm “em sigilo”.

Para 2011, o mix de marketing deverá mudar. Veja no gráfico abaixo que 69% das empresas pesquisadas pretendem aumentar seu investimento em mídias sociais:


Seis em cada dez profissionais de RRPP (60%) dizem que seu trabalho será um desafio ainda maior em 2011. Orçamentos são citados como a principal razão (37%), seguido por uma variedade de opções (22%), meios de comunicação social (19%) e de mudanças rápidas (19%). Apenas 14% citam a economia como seu principal desafio.

Além disso, o budget da área está se diversificando. De acordo com o gráfico abaixo, 42% dos profissionais de RRPP dizem que seus orçamentos de marketing devem melhorar em 2011, contra apenas 29% que disseram o mesmo um ano antes:


Profissionais de SEO (Search Engine Optimization) e de Publicidade são os mais otimistas com 27% e 25%, respectivamente, de aumento significativo para o próximo ano.

E o papel do profissional de Relações Públicas ganhará importância no mix de marketing de 2011, diz 63% dos profissionais entrevistados. 31% informaram que o papel do RRPP será o mesmo e 5%, disse que o papel do RRPP será menos importante em 2011.

Em geral, profissionais de RRPP estão usando as mídias sociais de várias maneiras para substituir ou complementar as estratégias já existentes. Os profissionais mais bem sucedidos manterão seu foco na criação de relacionamentos ativo e irão realmente se envolver com os clientes para criarem “conversas reais”.

Não se trata de simplesmente criar um perfil no Twitter ou Facebook, mas como usar as plataformas online de forma a ajudar os clientes a, verdadeiramente, se conectarem com sua marca.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Como está sua reputação (pessoal) online?

Fui convidada pela Consulth Jr, empresa júnior dos alunos  de Turismo, Hotelaria e Gastronomia do Centro Universitário Senac (Campus Santo Amaro) de São Paulo.
Agradeço ao Fábio Savarese, Diretor de Marketing da Consulth Jr. pelo convite!
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A Web 2.0 (Redes Sociais) já invadiu a “nossa praia” há algum tempo, mudou a forma como nos comunicamos e ainda nos proporcionará muito mais interatividade no futuro.

Se você ainda duvida da força das redes sociais, veja alguns fatos:

• 85% dos trabalhos são encontrados através de networking, chegando a 95% nos últimos tempos. As redes sociais, com certeza, podem acelerar seu networking profissional.

• Um estudo conduzido pela Nielsen aponta que o Brasil é o país mais conectado em redes sociais, com adesão de 86% dos usuários em uma média de cinco horas mensais.

• 22% do tempo passado na internet a cada mês é dedicado ao Twitter, comentários, blogs, compartilhamento e sites de relacionamento.

• Mais de 75% dos consumidores on-line frequentam redes sociais ou blogs, o que representa um aumento de 24% sobre 2009.

Para saber mais, acesse o víde “Análise das redes sociais no Brasil” e assita 3 minutos bem interessantes da Agência Click sobre o assunto.

Com tudo isso, ainda acho engraçado alguém encher o peito para dizer que o Twitter é uma perda de tempo ou que o Facebook serve para exibicionistas.

“Cada vez mais as empresas estão acessando perfis, checando comunidades e o modo como os potenciais candidatos se expressam”, diz Carmem Alonso, gerente de treinamento do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube)

Sim, sua reputação online agora faz parte do seu currículo, você querendo ou não!

Com base nisso, minha pergunta para você é: que papel tem a internet na sua vida?

Normalmente, as pessoas entram na internet por 3 motivos: Informação, Entretenimento e/ou Relacionamento.

Por experiência, sei que estudantes universitários ainda não aproveitam todo o potencial de pesquisa, troca de informações, divulgação e compartilhamento de conteúdo que a internet oferece.

Mas me conforta saber que é uma questão de tempo. Os “nativos digitais” chegarão com força total no mercado de trabalho e o pessoal de 20 anos vai ter que correr se não quiser ficar obsoleto daqui uns 5 anos.

Para isso, selecionei algumas dicas que considero importantes para você aparecer “bem na foto” e manter uma boa reputação na internet.

1) Use o bom senso
Nunca poste fotos comprometedoras. Poses ridículas e vulgaridades em geral nem pensar! Comentários da sua vida íntima também entram nesse item.
Além disso, lembre-se que você não é uma celebridade. Antes de revelar ao mundo o que você comeu no café da manhã, que acordou de mau humor ou que está nesse momento passeando no shopping com seu poodle, pense duas vezes sobre a relevância que isso tem para as pessoas.

Particularmente, gostaria muito mais de saber o que você pensa, suas perspectivas profissionais, seus interesses. Só não confunda dizer o que pensa com falta de educação ou ser inconseqüente nas suas colocações.
Que tal disponibilizar links que assuntos interessantes para várias pessoas. Se for da área de atuação que você pretende atuar melhor ainda.

E, por favor, evite qualquer comentário sobre política, religião, preconceito de qualquer tipo ou algum outro assunto polêmico. Antes de pressionar o “send”, pense 2, 3, 4 vezes.

2) Cuidado com o Português
Já ouvi muita gente falar que a internet está formando pessoas que não sabem escrever. Na verdade, a objetividade e dinamismo do mundo online exigem que as pessoas consigam se expressar de forma concisa e inteligente. Portanto, erros de português são inadmissíveis.

3) Crie seu Network.
Conecte-se com blogs e perfis de pessoas dentro do segmento de mercado que você está buscando.

Siga empresas onde você gostaria de trabalhar e pessoas com quem gostaria de estar conectado profissionalmente. Tente chamar a atenção delas com seus posts. Fale, por exemplo, sobre o que está pesquisando, pergunte opinião, comente sobre suas aulas, etc.

4) Saiba tirar informação da internet
Assine 2 ou 3 newsletters e siga perfis que te mantenham informado. Configure tudo de tal forma que você não perca tempo procurando assuntos de seu interesse e que possa clicar direto somente nos links em que quer se aprofundar.

Não é raro encontrar estudantes que ficam horas e horas “perdidos” na internet, que se dispersam com tanta informação. Foco é vital no mundo online!

5) Não se torne um “chato digital”
Se você quer ser um usuário ativo das redes sociais, não lote a “timeline” das pessoas com mensagens (3 por dia está bom). Não se torne um “spammer”!

Também não trate as pessoas com intimidade somente porque ela te segue ou é seu “amigo” virtual.
Outra coisa importante é não ficar pedindo “me segue”, “vota em mim”, “me recomenda”, “fala bem de mim”.....NÃO! Leve sua educação e bom senso offline para o mundo online!

Dica: Nunca diga nada online que não diria pessoalmente.

6) Cuidado com a escolha das suas Comunidades
Afaste-se de comunidades como: “Eu odeio isso…” ou que estejam relacionadas à violência, homofobia, pornografia ou outros temas negativos. Isso pode atingir diretamente o resultado de uma entrevista ou seleção. Acredite! Isso acontece SIM, e mais do que você imagina! Eu mesma já fiz pré-seleções de candidatos através do perfil deles nas redes sociais.

7) Eu sei o que você fez no verão passado...
Antes de abrir um perfil em alguma rede social, defina qual será seu objetivo. Se o objetivo for pessoal, limite o acesso às pessoas que você realmente conhece. Nesse caso, publique fotos do nascimento do seu sobrinho, das últimas férias ou do seu cachorro de estimação. Mas nada de exageros.

Entretanto, se optar por um perfil profissional, ressalte seu currículo, publique links de informações interessantes de mercado, sugira leituras, divulgue seu blog com assuntos do seu segmento de mercado (se tiver um) e deixe-o aberto ao público.

Dica: Orkut é 100% pessoal e Linkedin, 100% profissional. Quanto ao Facebook, faça uma opção e siga as regras acima.

8) O poder do LinkedIn
O maior e melhor site de rede social profissional do mundo. O LinkedIn é fonte de pesquisa para quase todas as pessoas de Recursos Humanos e headhunters hoje em dia. Crie seu perfil JÁ!

Se falar inglês, opte por essa língua.

Dica: Visite perfis de profissionais que você admira e tome como base. Depois, faça uma busca por pessoas do segmento que você pretende trabalhar e conecte-se a elas. Se não conhecê-las, peça para ser indicado online.

Aprenda desde já que networking é vital na nossa vida profissional.

Nunca esqueça que tudo o que está na net é permanente, mesmo em redes fechadas. Talvez você não esteja dando bola para isso no momento, mas isso pode te prejudicar no futuro.
Que tal começar colocando seu nome no Google e ver o que aparece?

A união de todos esses “rastros digitais” é o que constrói sua reputação online. Portanto, CUIDE DE SUA IMAGEM!

Mas apesar de tudo, é possível usar toda essa exposição de maneira positiva. A internet é uma vitrine poderosa. Tire o melhor proveito dela. Não seja um escravo da tecnologia, mas faça-a trabalhar para você.

E se você ainda é um daqueles que está resistindo à inclusão digital, saiba que pode ser visto como anti-social e “low-tech” pelo mercado de trabalho.
Conecte-se! O processo é divertido e indolor!
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Para quem quiser uma “consultoria”, dicas ou somente bater um papo sobre o assunto, seguem meus contatos....
Não! Vamos fazer melhor: achem-me na internet!

Vejam abaixo a revista original: