Esse meu artigo também foi publicado na Revista Hotelnews de Maio/Junho/2013.
Leia AQUI.
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Ainda há muitas
perguntas sobre a coexistência dos hotéis e a sustentabilidade.
Quantos amenities”
resultam em desperdícios diários?
Qual o volume
de água a cada lavagem dos 5 travesseiros das suítes?
E as reposições
dos kits de costura, kit dental, xampus, sabonetes, tocas de banho, etc?
Isso sem falar
nos devoradores de energia dos apartamentos, ainda mais com as novas automações.
Mas como
imaginar um hotel de luxo sem esses itens? Onde ficaria a tal “experiência” do
hóspede?
Seguindo esse
raciocínio, somos levados à questão: Como ser sustentável sem comprometer o
Luxo?
Nos últimos
anos, pesquisas demonstram que o novo viajante sofisticado está naturalmente
mais envolvido com questões de responsabilidade ambiental e social, tanto em
casa quanto no trabalho. Essa tendência de estilo de vida vem afetando o
turismo mundial. As pessoas querem saber que seu dinheiro não está sendo gasto
somente em lençóis de linho egípcio, mas também se está contribuindo para a
comunidade e a natureza onde o hotel se encontra.
Para atender
essa nova exigência do mercado, os hotéis estão cada vez mais auto-suficientes,
e investindo em projetos conscientes. Esse processo está sendo chamado de Eco Luxe, e tende a ganhar cada vez
mais dimensão no mundo das viagens de luxo daqui para frente.
Hoje em dia, as
penas de ganso que forram o colchão pode ser uma dor de cabeça para os hotéis.
A mínima possibilidade de maltrato com animais ou prejuízo para a natureza pode
acarretar um prejuízo para a imagem da marca.
A empresa
Americana Coco Mat, que produz colchões, travesseiros, camas e móveis, já
entendeu a tendência, e deixa claro na sua comunicação que utiliza apenas
matérias-primas 100% naturais ou renováveis. Seus colchões, por exemplo, são recheados
de linho, algodão, lã, penas de ganso já
caídas e até crina de cavalo. Tudo revestido com tecido feito a base de
fibra de côco. Nada leva metal e a madeira usada no mobiliário ou é certificada,
ou recuperada na natureza, de troncos naturalmente derrubados. Reparou na
preocupação em explicar cada detalhe?
O mesmo
movimento vai exigir dos hotéis uma atenção redobrada na sua comunicação.
O Ritz Carlton de Charlotte, na Carolina do Norte/EUA, seguiu as normas
do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema de
certificação e orientação ambiental para projetos, e saiu na frente de maneira
muito criativa. O jardim no terraço do topo do prédio conta com colméias para a
produção de mel e polinização das flores nos arredores do hotel. Foram
“contratadas” 60 mil abelhas.
Como no jardim estão plantadas ervas usadas na cozinha do hotel, como a
lavanda, a idéia é que o mel ganhe aromas diferenciados.
Todo mundo sai ganhando com o projeto.
Foto: Terraço do Ritz Carlton Charlotte
(Carolina do Norte/EUA).
Fonte: www.ritz-carlton.com
Uma das barreiras no caminho dos projetos sustentáveis é o alto custo,
mas pensar “fora da caixa” pode criar associações positivas com sua marca sem
esvaziar o cofre.
Exemplo disso é o Casa Grande, no Guarujá/SP, primeiro hotel do Brasil a
ingressar no Green Hotels Association,
entidade que incentiva práticas conscientes aos seus associados. Eles
entenderam que adotar uma postura verde é simples e pode começar com pequenos
passos.
Além do trivial, como coleta seletiva de lixo, consumo racional de
energia e água, chuveiros conscientes nas suítes (que reduziram o gasto em 20%)
e lâmpadas mini-fluorescentes, a novidade ficou por conta do Projeto Plantar.
Os filhos dos hóspedes (crianças de 3 à 13 anos) plantam mudas nos vasos
do hotel que, após germinarem, são doadas à ações de replantio de árvores no
próprio município.
Um tempo depois, a criança recebe por email um aviso para onde a planta
foi encaminhada, já batizada com seu nome, e a convidam para uma visita.
Em resumo, mais do que o aviso sobre a lavagem das toalhas no banheiro,
a maneira de pensar de uma marca é o que inspira.
E a inspiração deve estar conectada com a cultura organizacional.
Portanto, a questão aqui é
simplesmente entender como alinhar ações com os valores da sua marca.
Lembre-se, postura sustentável, em breve, não será mais alternativa, mas
critério para decisão de compra, item básico para o sucesso do seu negócio.
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